Autoestima e desvalor
Ao olhar para o espelho da alma, o que você vê?
Quando eu questiono em atendimento sobre "quem você é” ou "você gosta de você?", as respostas em sua maioria são evasivas. Tendemos a encontrar frases já ouvidas durante a nossa vida para descrever quem somos. Costumamos relatar sobre nosso trabalho quando tentamos explicar nossas características.
Não necessariamente ligado a necessidade de agradar, mas esse comportamento nos habitua a nos identificarmos pelos olhos e definições de outras pessoas. E assim, nossas estruturas são preenchidas do que nos foi permitido por outros. Então, características boas e ruins vão sendo atribuídas, e desde de a infância vamos “absorvendo” quem somos, desde o inteligente, esperto até o lerdo e tagarela.
Um adulto que carrega um peso sem memória de tê-lo levantado em algum momento, é alguém que se perde na própria personalidade. Envolto nas tarefas de servir e ser útil, de caber onde sempre lhe foi reservado um lugar, ele não tem o espaço do aprendizado comportamental por experiência. O medo e a dúvida são mais fortes, assim como as responsabilidades ainda estão ali fazendo peso.
Hoje, quando você pensa em promover saúde emocional para uma criança, o pensamento é de proporcionar vida, experiências, encontros. Encorajamos a passar a mão em um pet, dizer oi para outra criança no meio do parquinho. Mas o adulto, não se permite. A partir de alguma idade, aprender é um mito.
Quando não nos conhecemos, não damos valor para o tempo voltado para si. O erro é o fim, mas deveria ser o começo. Se eu me permito fazer algo novo, eu posso aprender a aperfeiçoar, mas algo abandonado ou não iniciado não vai poder ser trabalhado até ficar "melhor".
Faça uma busca ativa pela sua personalidade, ela é mais do que fornecer, ela é totalmente pessoal e não existem regras nas quais ela precisa se enquadrar perfeitamente. Valorize sua vontade de fazer, de ser e de participar. Tal qual uma criança, o adulto está aprendendo constantemente, e o melhor do mundo humano é como podemos absorver e modificar aspectos que fazem mais sentido dentro da nossa vida.
E o resumo dessa busca é o bem estar emocional, é a autoestima de saber quem você é independente de alguém. É a valorização do SER.